A chegada a Paris foi um pouco conturbada, graças ao meu péssimo hábito de não prestar atenção ao que as pessoas dizem até o final. Meu digníssimo havia me dado a dica de pegar um trem até a estação Gare du Lest e, dali, pegar o metrô até a estação próxima ao meu hotel. Olhando no mapa, verifiquei que realmente era uma mão na roda (nos trilhos). Só que na ansiedade de nos livramos do peso das malas, compramos apenas os tickets do trem, depois de enfrentar uma fila gigante. Para não voltar para a fila, pensamos o óbvio: Na estação de metrô compramos. Afinal, qual estação do mundo não vende passagens?
Tirando um lance gigante que tivemos que descer com as três malas – duas pequeninas e uma gigante – logo entramos no trem e ficamos tranquilas. Descemos na estação Gare du Lest para pegar o metrô até La Chapelle (linha azul royal, a linha da Place du Clichy). Rapidamente achamos a roleta que dava acesso à estação. Mas olhamos para os lados e… Não tinha local para comprar o ticket do metrô. Tinha uma máquina, mas daquelas que só servem para carregar o cartão-transporte. Máquinas de comprar tickets avulsos ou guichê, nada.
Larguei a Simone com as malas na entrada da estação e saí à caça de uma máquina pela imensa estação, com 10 euros na mão. Depois de perguntar em dois lugares, finalmente achei o caixa de compra: mas estava do lado de dentro das roletas e o guichê, fechado! Esuqeci de mencionar que quando chegamos ao aeroporto vimos uma manifestação de grevistas. O movimento incluia alguns atendentes.
Vendo o meu desespero, um sujeito que falava espanhol muito bem, decidiu ajudar a mim e outro gringo que estava na mesma situação. Ele nos deixou passar com ele na roleta , finalmente, chegamos à máquina. Quando chegou a minha vez, descobri que a máquina não aceita notas (nessa hora me senti uma mané por não ter levado o cartão, que estava na bolsa, que estava dentro da mala de mão porque a EasyJet assim exigiu) . Com o guichê fechado, onde raios conseguiria trocar notas por moedas? Eis que apareceram duas espanholas passando o mesmo perrengue. Fizemos uma troca: mostrei pra elas que dava pra escolher a língua espanhola pra usar a máquina e elas trocaram meu dinheiro. Com os tickets na mão e feliz como se tivesse conquistado o título paranaense de futebol feminino, caminhei mais um quilômetro até a Simone. Chegando lá, ela me contou: no tempo em que eu estava na maratona em busca de bilhetes, ela viu umas cinquenta pessoas pulando as catracas. Antes tivéssemos sido trangressoras!
Enfim, depois de sermos ajudadas por um rapaz para passar a mala gigante pela roleta, chegamos a La Chapelle e a linha linha azul royal. Mais quatro estações e chegamos a Place du Clichy, estação a duas quadras do nosso hotel e pertinho do Molin Rouge.
Abaixo, vista noturna da praça.
Lições da gigi:
1) Se for comprar passagem de trem até a estação Gare du Lest, não esqueça de comprar o ticket do metrô junto.
2) Ao se dirigir aos caixas automáticos de venda de passagens, tenha em mãos moedas ou cartão de crédito. Com notas, só no guichê.
3) Tente – eu disse, tente – não levar mala muito pesada. Diferente de Madri, cuja maioria das estações tem elevador ou escada rolante, as de Paris não são tão fáceis de circular.
4) Se você conhece a limpeza do metrô de Madri, não se assuste com a sujeira do de Paris. Eles são eficientes, ao menos!